Quando o assunto é fisioterapia, é comum que as pessoas pensem em músculos e ossos, mas há diversas especialidades nessa profissão. Uma delas é a fisioterapia cardiorrespiratória na qual o profissional tem o papel de fazer a reabilitação cardíaca ou também a prevenção de problemas desse sistema.

Como é a atuação do fisioterapeuta na especialidade cardiorrespiratória?

Essa área da fisioterapia trata de distúrbios tanto cardíacos quanto respiratórios. Como os dois órgãos trabalham juntos para bombear o sangue para o restante do corpo, o comprometimento de um acaba afetando o funcionamento do outro. O tratamento pode ser preventivo, conservador, no pré e pós-operatório e também pode ajudar no tratamento da DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).

Esse profissional, normalmente, trabalha dentro da Unidade de Terapia Intensiva já que cirurgias e problemas do aparelho cardíaco e respiratório precisam de maiores cuidados. Nesse caso, a mobilização de certos músculos de forma passiva, ativa ou assistida ajuda o paciente a se recuperar mais rápido da lesão.

De que forma a fisioterapia cardiorrespiratória pode atuar na prevenção?

Normalmente, os pacientes só procuram o serviço de fisioterapia depois que o problema já aconteceu, porém, é possível utilizar os conhecimentos dessa área de forma preventiva.

Por exemplo, existem diversos exercícios respiratórios como a respiração fracionada que ajudam a expandir a capacidade pulmonar permitindo uma maior entrada de oxigênio pelas vias aéreas e beneficiando todo o organismo. Problemas como asma, bronquites e outros podem ser rapidamente resolvidos com a ajuda da fisioterapia.

O mesmo podemos dizer do coração, afinal de contas, ele precisa se manter em atividade. Os cardiopatas precisam exercitar o músculo cardíaco dentro de parâmetros adequados para evitar um mal maior como uma ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva). Uma pesquisa realizada em 2004 comprovou que o exercício supervisionado reduz a incidência de internações e mortes por problemas cardíacos.

O que é o programa de reabilitação cardíaca?

Ele é direcionado para pessoas que possuem alguma limitação física e de locomoção por conta de comorbidades no sistema cardíaco. As patologias que podem ser controladas com a fisioterapia são: cardiopatias congênitas, insuficiência cardíaca, doenças nas valvas, doença coronariana, infarto do miocárdio e demais doenças nas veias e artérias.

O principal objetivo aqui é devolver ao paciente a locomoção para que ele possa realizar as suas atividades da vida de diária sem complicações. São atividades básicas como se locomover de um cômodo a outro em casa, fazer a própria higiene, conseguir se alimentar sem ajuda de outras pessoas e demais necessidades.

O que é feito dentro do programa?

Dentro do ambiente hospitalar, o paciente é incentivado a realizar pequenas caminhadas e também são feitos treinos para resistência muscular e equilíbrio corporal.

Em ambulatórios e clínicas – já depois da alta hospitalar – os fisioterapeutas realizam testes antes de iniciar o tratamento em si. Eles ajudam o profissional a entender qual é o limite de exercícios de cada paciente. A partir daí, é traçada uma conduta para alcançar, de forma segura e saudável, o recondicionamento físico. Nesse momento, os pacientes são submetidos a exercícios de:

  • fortalecimento muscular;
  • alongamento;
  • caminhada;
  • corrida;
  • alongamento;
  • equilíbrio;
  • coordenação motora.

Nesse ponto, a hidroterapia é também muito importante para a reabilitação do paciente. É possível utilizar técnicas de relaxamento muscular e alongamento e também atividades que ajudam no fortalecimento sem tantos impactos. É preciso apenas tomar cuidado com a temperatura da água, pois ambientes quentes podem favorecer à elevação da pressão arterial.

E quanto à reabilitação respiratória?

Ela é feita em conjunto com a cardíaca em alguns casos, porém, caso o paciente apresente problemas respiratórios de forma isolada, outros tipos de exercícios e atividades são necessários. Por exemplo, o fisioterapeuta fará com o paciente algumas técnicas que evitam a fadiga dos músculos respiratórios, o colabamento dos alvéolos, entre outros problemas.

Por exemplo, a fisioterapia cardiorrespiratória é ideal nos casos de pacientes com DPOC. Eles possuem um conjunto de problemas pulmonares por conta da obstrução das vias aéreas por diversos motivos. Os principais sinais e sintomas são:

  • sensação de aperto no peito;
  • extremidades azuladas pela falta de oxigenação sanguínea;
  • tosse com muco;
  • sonolência pelo excesso de dióxido de carbono.

Algumas atividades conseguem trazer benefícios como redução da dispneia, melhora da oxigenação dos tecidos e maior tolerância ao esforço.

A reabilitação cardiorrespiratória pode ser realizada em qualquer pessoa, até mesmo crianças que já possuem o diagnóstico de cardiopatia ou problemas respiratórios como bronquite e pneumonia podem se beneficiar da fisioterapia de maneira preventiva.

Gostou de saber um pouco mais sobre a fisioterapia cardiorrespiratória? Então veja também a história e todos os benefícios que a fisioterapia pode oferecer para a sua saúde!